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Tendinite: entenda tudo sobre a doença inflamatória dos tendões.

Mulher com tendinite no pulso - Dr. Marcelo Corrêa, reumatologista de Belém - PA

Alguns tipos de dores em articulações, como ombro, punho e mãos, podem ser sinais de tendinite. Essa doença é uma inflamação dos tendões bastante comum em pacientes de todas as idades. Ela pode ocorrer em quem é fisicamente ativo, como atletas e trabalhadores que realizam movimentos repetitivos, ou em idosos e sedentários. 

A sua principal característica é a dor intensa no local de incidência, podendo se tornar crônica. Ao perceber os primeiros sintomas dessa enfermidade, muitos pacientes procuram por um ortopedista. No entanto, ela é uma condição reumatológica que exige cuidados de um reumatologista

Entenda como surge a doença e quais são os sintomas e os tratamentos disponíveis ao longo deste artigo. 

O que é tendinite?

A tendinite é uma inflamação que atinge os tendões, estruturas que ligam as extremidades do músculo ao osso. Eles estão localizados em todas as articulações do corpo e permitem uma série de movimentos. Por isso, também estão sujeitos a eventuais inflamações. 

A doença é considerada como um dos tipos de reumatismo que ocorrem em partes moles. Ela também faz parte do grupo de LERs (lesões por esforços repetitivos), que, atualmente, são designadas como DORTs (distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho). 

Essa categoria de enfermidade acontece, principalmente, por conta do esforço repetitivo sem preparo ou alongamento correto do músculo. Como os tendões não são tão fortes quanto os ossos ou elásticos como os músculos, eles sofrem mais com a pressão e a sobrecarga. Desse modo, a inflamação surge, normalmente, acompanhada de espessamento, quando o problema se repete.

Anatomia dos tendões - Dr. Marcelo José Uchoa Corrêa Reumatologista de Belém - PA

Conheça a anatomia dos tendões

Para entender melhor os problemas que podem atingir os tendões, como a tendinite, é importante conhecer mais a fundo essas estruturas tão importantes para a nossa movimentação. Um tendão é formado por diversas partes. São elas:

  • Fibras de colágeno: essa é a composição básica dos tendões, que garante que essas estruturas sejam fortes e resistentes;
  • Matriz extracelular (MEC): essa matriz envolve e suporta as células dos tendões, sendo composta por várias substâncias, como proteoglicanos e glicosaminoglicanos. Além de contribuir para a integridade estrutural, a matriz extracelular também proporciona maior elasticidade a essas estruturas;
  • Células tenocitárias: são encontradas entre as fibras de colágeno e ajudam na produção e manutenção da matriz extracelular. Essas células são fundamentais para o reparo do tecido tendíneo;
  • Vasos sanguíneos e nervos: essas estruturas também estão presentes nos tendões, entretanto em menor quantidade do que em outras partes do corpo, o que faz com que a recuperação de lesões nessas regiões seja mais lenta;
  • Bainha tendinosa: essa bainha envolve alguns tendões, ajudando na lubrificação e diminuindo o atrito durante o movimento;
  • Inserções ósseas: são os pontos de ligação entre as fibras de colágeno e os ossos. Nessa área, há uma transição gradual entre o tendão e o osso, o que ajuda a reduzir o risco de lesões e distribui melhor a força.

Principais causas

Como mencionamos anteriormente, a enfermidade está, geralmente, associada ao esforço repetitivo. Durante boa parte das vezes, essas estruturas estão suscetíveis a estresse e forças mecânicas que provocam microfissuras. Com o avançar do tempo, essas pequenas lesões tornam-se inflamações ou degenerações dos tendões. 

O quadro fica mais frequente conforme envelhecemos, devido à perda da elasticidade da estrutura dos ligamentos. No entanto, a doença pode aparecer em indivíduos jovens, especialmente, quando são adeptos a exercícios físicos e esportes. 

Realizar atividades laborais em posições incorretas também é um causador da doença reumática. O processo preventivo com um reumatologista envolve avaliar todas as atividades esportivas e de trabalho do indivíduo, bem como a sua postura no decorrer do dia. 

Fatores de risco para a inflamação do tendão

Determinadas pessoas têm maior probabilidade de desenvolver uma inflamação do tendão. Entre elas, podemos destacar os seguintes grupos: 

  • Obesos, já que o excesso de peso também sobrecarrega as estruturas articulares.
  • Prática de atividades esportivas sem alongamento e fortalecimento muscular adequados.
  • Envelhecimento, pessoas idosas possuem tendões menos elásticos.
  • Desvios posturais que acarretam sobrecarga em diversas articulações.
  • Estresse ocasionado pelo excesso de treinamento físico ou de movimentos repetitivos.
  • Doenças autoimunes que fazem com que as células de defesa do organismo ataquem estruturas moles nas articulações. 

Os atletas e aquelas pessoas que trabalham executando movimentos repetitivos também integram os grupos de risco. Portanto, devem procurar por um especialista, para realizarem a prevenção de lesões apropriadamente. Muitas das vezes, um trabalho de fortalecimento correto é suficiente para evitar esse tipo de quadro doloroso. 

Sintomas da tendinite

Como a tendinite nas mãos e também em outras articulações representam processos inflamatórios, a dor no local afetado é o seu principal sinal. Entretanto, ela pode apresentar manifestações clínicas variadas de acordo com a articulação inflamada, o nível de comprometimento do tendão e o estado de saúde geral do paciente. 

Outros sintomas que podem ocorrer incluem: 

  • Dor irradiada para locais ao redor da área inflamada.
  • Sensação de crepitação e “estalos” durante o movimento.
  • Inchaço e vermelhidão local.
  • Perda de força muscular.
  • Surgimento de um caroço na região.
  • Atrofia muscular e rompimento do tendão em quadros graves. 

As dores costumam ser duradouras, chegando a persistir por semanas ou até meses. Os pacientes devem buscar ajuda de um reumatologista, assim que possível, visto que a doença pode se tornar crônica. 

Pessoa com dores de tendinite - Dr. Marcelo José Uchoa Corrêa Reumatologista de Belém - PA

A tendinite piora no inverno?

Sim. Apesar de não ser uma regra geral, a tendinite piora no inverno em muitos casos. Para entender as causas da intensificação dos sintomas, é preciso saber que essa doença tem como característica a inflamação dos tendões devido a uma sobrecarga nessas estruturas.

Então, quando chegam os dias mais frios, os tendões reagem à temperatura como outras partes do corpo, tornando-se mais duros e contraídos. Assim, eles ficam mais tensos, gerando um aumento da rigidez e da dor.

Muitos pacientes se confundem com essa situação, já que é comum os reumatologistas receitarem compressas de gelo para aliviar os sintomas. Ocorre que, no caso das compressas, ao serem aplicadas diretamente no local por 10 ou 15 minutos, geram um efeito anestésico e relaxante, já que expõem a área a uma temperatura muito baixa.

Entretanto, quando se trata de dias mais frios, os tendões se contraem aos poucos, sem que a temperatura seja baixa o suficiente para proporcionar um efeito anestésico.

O que acontece se a tendinite não for tratada?

As dores nas articulações são apenas um dos problemas enfrentados por quem sofre de tendinite. Essa doença, quando não recebe a devida atenção, pode evoluir para quadros mais graves. Portanto, mesmo que o problema pareça simples, é fundamental buscar orientação médica.

A principal complicação desse reumatismo, que os médicos tentam evitar a todo custo, é a chamada tendinose, que consiste na degeneração estrutural do tendão. Quando o caso se torna crônico, os tendões se tornam mais frágeis e surgem lesões em suas fibras, resultando em ainda mais dor.

Nos estágios finais da complicação, os tendões podem calcificar e até romper. Quando isso ocorre, o tratamento torna-se mais demorado e, em alguns casos, é necessária uma intervenção cirúrgica.

Diferenças entre tendinite, tendinopatia, tenossinovite, tendinose e paratendinite

Sabemos que a tendinite é uma inflamação do tendão, mas outros termos, como tendinose e tendinopatia, podem causar confusão. Alguns pensam que essas palavras são sinônimas, mas, na verdade, cada uma possui um significado bem específico.

Entender o que os termos representam ajuda o paciente a ter mais tranquilidade durante o tratamento e estar ciente do real problema que atinge o seu tendão. Para acabar com qualquer dúvida, veja abaixo o significado das outras nomenclaturas.

Mulher com dor no pulso - Dr. Marcelo Corrêa, reumatologista de Belém - PA

Tendinopatia

Para compreendermos esses termos, nada melhor do que começarmos por tendinopatia, pois essa palavra é frequentemente usada de forma genérica, para se referir a qualquer problema que atinge os tendões. O sufixo “patia” é de origem grega e representa uma enfermidade ou distúrbio.

Entretanto, também é possível encontrar casos em que o termo tendinopatia é utilizado de maneira mais específica, com o objetivo de designar um problema crônico no tendão em que ocorre uma falha de cicatrização. 

Tenossinovite é um tipo de tendinite

A tenossinovite é um tipo de tendinite seguida por uma inflamação da bainha do tendão, que é o local em que músculo e osso se conectam. Trata-se de uma condição bastante dolorosa que acontece com maior frequência nos pulsos, nas mãos e nos pés. 

O paciente também pode perceber um leve inchaço e até rigidez no local. As causas do problema são, muitas das vezes, desconhecidas.

Tendinose

Por sua vez, a tendinose é uma degeneração do tendão sem um processo inflamatório. De forma geral, ocorrem alterações na constituição e estrutura de um tendão, o que resulta em uma série de microrrupturas que podem provocar dores fortes. 

Nesses casos, o tratamento costuma ser demorado e pode se estender por vários meses. 

Paratendinite

É caracterizada pela inflamação de uma área chamada de paratendão. O diagnóstico nessa região específica é um pouco complicado, pois depende de biópsia. 

Entretanto, como a conduta terapêutica é a mesma da tendinite e tem a finalidade de reduzir a inflamação, fazer tal distinção não costuma ser primordial para tratar o problema.

Tipos

A doença inflamatória que atinge as articulações é manifestada, inicialmente, como o tipo agudo. Isto é, uma única vez e durante um curto intervalo de tempo (até 45 dias). Nessa situação, a inflamação do tendão e os seus danos são reversíveis com o tratamento conservador, contanto que não existam agravantes. 

O segundo tipo é o crônico. Essa espécie dura um período mais longo de tempo e, mesmo quando recebe tratamento, retorna posteriormente. Isso significa que o paciente precisa manter o acompanhamento reumatológico, para evitar novos quadros de dor e perda de mobilidade. 

A condição crônica exige mais atenção e pode gerar lesões no tendão e até mesmo atrofia muscular. 

Locais do corpo mais atingidos pela inflamação

Como todas as articulações possuem tendões, a doença pode ocorrer em qualquer uma delas. Contudo, em algumas regiões, o problema é mais recorrente, por exemplo, nas mãos, nos joelhos, nos ombros e nos cotovelos. 

Mão de mulher com tendinite sendo enfaixada - Dr. Marcelo Corrêa, reumatologista de Belém - PA

Tendinite na mão é comum?

Sim, a tendinite na mão é um quadro bastante comum, que está se tornando cada vez mais frequente. Isso acontece porque um dos movimentos repetitivos que podem levar ao seu surgimento é o ato de digitar. A atividade é uma tarefa da rotina de quem trabalha em escritórios, além de fazer parte do entretenimento de muitos. 

Esse tipo de inflamação acomete os tendões do dorso das mãos, fazendo com que até mesmo movimentos sutis causem desconforto. O paciente também apresenta fraqueza local, dificultando consideravelmente as atividades do cotidiano, como segurar um simples copo d’água. 

Ainda vale a pena mencionar a tendinite no ombro, outro tipo recorrente da doença em membros superiores. Além da digitação configurar um fator de risco, ela costuma ocorrer em atletas que usam bastante a articulação, como tenistas. 

Tendinite no ombro

Também chamada de tendinite do manguito rotador, essa condição é caracterizada pela inflamação do tendão ao redor do topo da articulação do ombro. É popularmente conhecida como “ombro de tenista”, já que esse tipo de atleta costuma sofrer com o problema com determinada frequência.

Esse tipo de reumatismo pode se desenvolver em qualquer pessoa que realiza movimentos repetitivos com essa articulação, sobretudo, quando há muito esforço envolvido. A inflamação faz com que o paciente sinta dores no local e tenha mais sensibilidade ao toque. Há também um aumento da rigidez e dificuldade em mover o braço.

Para minimizar os sintomas, muitas das vezes, é necessário que o membro seja imobilizado com uma tipoia. Mas a fisioterapia também é importante para fortalecer o local, além de devolver à pessoa novamente a amplitude de movimentos corriqueiros.

No joelho

Nessa articulação, a inflamação pode surgir na patela ou atingir os três tendões responsáveis pela flexão do joelho. Nesse último caso, a doença é conhecida como pata de ganso. É comum que o problema se desenvolva devido à sobrecarga na região durante práticas esportivas de alto impacto, como vôlei, basquete e corridas intensas.

Além disso, pessoas obesas, com sobrepeso ou sedentárias têm maiores chances de inflamar os tendões dessa região em razão da carga excessiva, sem que a musculatura ao redor esteja preparada para lidar com o esforço.

Por fim, a condição pode ser desencadeada em indivíduos com pés chatos, que sofrem de diabetes, têm lesões nos joelhos ou que possuem quadris muito largos, o que causa um desalinhamento entre os membros inferiores e os joelhos. A doença gera dores no local e dificuldades para flexionar a perna, acima de tudo, durante a prática de exercícios.

No pé

A tendinite de Aquiles provoca dores ao levantar e caminhar e pode fazer com que a pessoa comece a mancar. As causas estão associadas ao uso de sapatos inadequados que deixam os pés totalmente planos no chão, deficiência muscular na região da panturrilha e prática de exercícios que forçam a área. 

Além disso, pessoas que sofrem de artrite reumatoide têm maior probabilidade de desenvolver o problema.

Por se tratar de um tendão indispensável para o simples ato de caminhar, essa inflamação traz muitos transtornos para o dia a dia. Então, é preciso tomar ações corretivas, para que a enfermidade não apareça novamente, como usar sapatos macios com amortecimento e que possuam uma estrutura que mantenha o calcanhar levemente elevado.

Mulher com tendinite no pé - Dr. Marcelo Corrêa, reumatologista de Belém - PA

Tendinite no braço

A tendinite no braço provoca dor nas articulações e dificuldades para movimentar o membro, principalmente, quando é necessário levantá-lo ou para segurar objetos pesados. Também é comum que a pessoa se queixe de fraqueza na região.

Essa doença reumatológica é geralmente causada por esforços repetitivos dos mais diversos tipos, como cozinhar, lavar roupa, tocar instrumentos musicais e limpar a casa. 

Desse modo, como ocorre em outras manifestações da condição, é muito importante fortalecer a musculatura da região, para que as articulações sejam protegidas.

No quadril

Quando há uma inflamação nos tendões que interligam os ossos aos músculos da região do quadril, o paciente costuma relatar dores frequentes que podem irradiar para as pernas e provocar até mesmo cãibras. O indivíduo também pode ter limitações para se abaixar, subir escadas e carregar peso.

Assim como em outras variações da doença, o problema costuma surgir em virtude de uma lesão por esforços repetitivos. Entretanto, é preciso ficar atento a outras situações que podem desencadear a condição, tais como:

  • Obesidade.
  • Fraqueza muscular.
  • Carregar peso em excesso.
  • Praticar exercícios físicos que geram grande esforço na região, por exemplo, lutas ou salto em distância.

No cotovelo

A inflamação no tendão do cotovelo também é chamada de epicondilite e é dividida em lateral e medial. A epicondilite lateral é caracterizada pela dor no osso no lado externo do cotovelo. 

Já na medial, a dor concentra-se no lado interno do cotovelo. O problema também é denominado “cotovelo de tenista”, pois o esforço repetitivo durante esse esporte pode desencadear a inflamação.

No entanto, qualquer atividade repetitiva que foque nessa parte do corpo é capaz de provocar a epicondilite. 

Além das dores, o paciente costuma se queixar de fraqueza em todo o braço, o que também atrapalha a realização de diversos movimentos.

Diagnóstico desse reumatismo

reumatismo que afeta os tendões começa a ser diagnosticado com a avaliação clínica no consultório. Conhecer a história clínica da pessoa, a sua prática de atividades físicas e o trabalho desempenhado também colabora para definir o parecer positivo da inflamação dos tendões. 

O médico responsável ainda pode solicitar alguns exames de imagem, com o intuito de confirmar o quadro, como: radiografia; ressonância magnética; e ultrassonografia. 

A radiografia, em especial, não leva ao diagnóstico conclusivo da doença, uma vez que mostra somente as estruturas ósseas com clareza. O seu principal objetivo é descartar a presença de outros quadros ou lesões. 

A ressonância e a ultrassonografia são mais indicadas, tanto para detectar o problema quanto acompanhar a sua evolução. Além de possibilitarem a identificação de estruturas moles, como o tendão, esses exames são úteis para averiguar possíveis lesões na região. 

Principais tratamentos para tendinite no ombro e de outros tipos

O reumatologista, seja da Unimed ou de outro plano de saúde, tenta iniciar o tratamento conservador na maioria dos casos de tendinite no ombro e de outros tipos. Dessa maneira, é solicitado o repouso ao paciente, assim como o uso de medicamentos anti-inflamatórios, com a finalidade de controlar os sintomas. 

Além do mais, será necessário realizar algumas sessões de fisioterapia, visando obter fortalecimento muscular e a recuperação dos movimentos. Nos quadros crônicos da doença, o paciente ainda precisa fazer um trabalho preventivo, para que possa retornar às suas atividades cotidianas e esportivas com segurança. 

Apenas em situações mais graves, como lesão de tendões e comprometimento articular, o paciente recebe a indicação de cirurgia.

Descanso como tratamento da tendinite

Como a tendinite normalmente é desencadeada por algum tipo de atividade, é necessário interrompê-la no decorrer do tratamento ou pelo menos reduzi-la o máximo possível, seja um exercício físico ou uma prática no trabalho. 

Além disso, é fundamental imobilizar a região afetada, quando possível, o que pode ser feito com o uso de talas, bandagens e cintas.

Injeções de corticosteroides

Os reumatologistas podem receitar infiltrações de corticosteroides na região do tendão. Esse tipo de tratamento alivia os sintomas de forma rápida, embora seu uso repetitivo não seja recomendado, porque pode enfraquecer o tendão.

Aplicação de bolsas quentes ou frias

Colocar bolsas com gelo ou água quente no local ajuda a diminuir a dor e o inchaço rapidamente. Isso pode ser feito algumas vezes ao dia, segundo recomendação médica. 

Contudo, é preciso ficar atento à temperatura da água, para não causar queimaduras. Da mesma forma, é essencial evitar aplicar o gelo diretamente no local.

Kinesiotaping

Essa técnica consiste na aplicação de fitas adesivas ou bandagem no local comprometido. O posicionamento correto das fitas contribui para reduzir a sobrecarga, aliviar a dor e estabilizar a articulação. 

Ao ser combinada com outras condutas terapêuticas, esse método oferece bons resultados. Todavia, é preciso seguir a orientação do fisioterapeuta, para fazer a aplicação da forma correta.

Mulher fazendo alongamento - Dr. Marcelo Corrêa, reumatologista de Belém - PA

Métodos de prevenção para a tendinite

Existem alguns hábitos que podem evitar que uma tendinite comece ou que ela retorne depois de algum tempo, por exemplo:

  • Alongamentos: antes de iniciar uma atividade física, é imprescindível ter certeza de que os músculos foram adequadamente aquecidos e alongados. No fim da prática, os alongamentos também são necessários.
  • Exercícios: as atividades físicas com orientação profissional ajudam a fortalecer a musculatura e proteger os tendões.
  • Evitar movimentos repetitivos: sabemos que alguns movimentos frequentes podem causar o problema, então, é crucial evitá-los ou pelo menos fazer pausas durante esse tipo de atividade.

Lembre-se de que uma tendinite não tratada pode até mesmo provocar a ruptura do tendão. Portanto, procure por um reumatologista, da Unimed ou de outro plano de saúde, ao observar qualquer sintoma.

Mitos e verdades sobre tendinite

A tendinite é uma doença que ainda gera diversas dúvidas, e uma ótima maneira de saná-las é fazendo uma seleção de mitos e verdades. Assim, você pode compreender de maneira rápida os principais aspectos dessa enfermidade e até mesmo evitar alguns comportamentos que podem provocá-la ou agravar seus sintomas.

Como é o tratamento cirúrgico para tendinite?

A cirurgia é uma das opções de tratamento da tendinite, mas ela só é realizada em casos mais graves, quando o paciente não reage bem ao tratamento convencional ou o tendão foi prejudicado de uma maneira que se torna improvável sua recuperação sem esse tipo de intervenção.

Um dos procedimentos é a artroscopia, em que o cirurgião usa um equipamento chamado artroscópio para acessar a área afetada, fazendo um pequeno corte por onde é inserido um tubo com uma câmera na ponta. Assim, é possível visualizar as estruturas internas e fazer as devidas intervenções para a recuperação do tendão.

Essa cirurgia pode ser realizada em diversas partes do corpo, como ombros, joelhos, tornozelos, quadril e punho. Trata-se de um procedimento minimamente invasivo, o que significa que não é preciso realizar grandes cortes para acessar o local, como acontece em um procedimento tradicional.

Como é a recuperação após a cirurgia para tendinite?

A recuperação após a cirurgia para tendinite é consideravelmente mais rápida do que em uma cirurgia aberta, pois há menos sangramento e danos aos tecidos, além de redução significativa das chances de complicações.

Após a cirurgia, é importante o paciente tomar alguns cuidados:

  • Deixe o membro imobilizado pelo tempo sugerido pelo médico;
  • Se a cirurgia for no braço, evite dormir sobre o membro operado;
  • Aplique compressas de gelo nas primeiras semanas;
  • Utilize os medicamentos recomendados para reduzir a dor nas juntas, como os analgésicos.

Nos primeiros dias após a intervenção, é normal haver inchaço e um pouco de dor, assim como restrição de movimentos; por isso, é fundamental manter-se em repouso para ajudar na cicatrização.

Quando houver a redução desses sintomas iniciais, será hora de começar a segunda parte da recuperação, que inclui sessões de fisioterapia, fundamentais para reaver os movimentos e a força da articulação.

Não há um número exato de sessões necessárias, já que o total será definido pelo médico, conforme a evolução do paciente. Casos mais graves podem necessitar de mais tempo de recuperação.

Por fim, o paciente pode acelerar sua recuperação ao adotar hábitos mais saudáveis, o que inclui se alimentar de forma equilibrada, evitar o consumo de álcool e cigarro e dormir bem.

Em quanto tempo é possível voltar às atividades normais?

O retorno às atividades normais após uma artroscopia vai depender da resposta do paciente à fisioterapia, do local da lesão e da gravidade geral do quadro. É comum que a pessoa consiga voltar à rotina após algumas semanas ou meses.

Para não prejudicar o tendão, é essencial que esse retorno ocorra de forma gradual, sem forçar a área operada. Além disso, o uso da articulação prejudicada nas atividades diárias deve ser considerado.

Por exemplo, uma pessoa que trabalha em um escritório preenchendo relatórios e que sofre de tendinite na mão, pode ter mais dificuldades para realizar seu trabalho devido à natureza repetitiva, que pode provocar dor nas articulações das mãos.

Em suma, a recuperação total exige comprometimento e paciência, já que é muito importante que o processo de retorno seja feito com segurança, evitando complicações.

1. O uso exagerado de smartphones e tablets é uma das causas

VERDADE. O uso contínuo de smartphones e tablets contribui para a inflamação dos tendões. É um processo similar ao que ocorre com quem trabalha digitando em um computador ou notebook. Pois, ao manusear um smartphone por muitas horas, segurando-o de uma forma que não favoreça a ergonomia, isso pode acarretar tensão nos tendões. 

Para minimizar o problema, é preciso fazer pausas, exercícios de alongamento e manter uma postura adequada durante o uso de aparelhos eletrônicos. Você também pode adotar acessórios que favoreçam a ergonomia, como suportes e apoios que permitam utilizar os aparelhos sem a necessidade de segurá-los continuamente.

2. Tendinite e bursite são a mesma coisa

MITO. Já sabemos que a tendinite é a inflamação dos tendões. Por outro lado, a bursite é a inflamação da bursa, uma pequena bolsa com líquido lubrificante que funciona como uma espécie de amortecedor entre os tendões, músculos e ossos, ajudando a reduzir o atrito e tornando a interação mais suave.

A confusão entre os dois termos se dá porque ambos os problemas ocorrem na região das articulações e é possível que uma pessoa sofra das duas condições ao mesmo tempo. Além disso, elas podem se desenvolver devido às mesmas circunstâncias, como movimentos repetitivos, forçar uma articulação ou manter uma má postura por muito tempo. 

Vale lembrar que a bursite causa os seguintes sintomas: dor, inchaço e sensibilidade da área afetada.

Mulher com dor de tendinite no pulso - Dr. Marcelo Corrêa, reumatologista de Belém - PA

3. O esforço repetitivo é a única causa da doença

MITO. A lesão por esforço repetitivo é uma das principais causas da doença, mas também há outros fatores importantes que precisam ser considerados, como lesões na articulação, que podem ocorrer:

  • Após quedas e torções.
  • Má postura durante o trabalho ou outras tarefas do dia a dia.
  • Suportar excesso de peso com frequência.
  • Obesidade, já que pode ocasionar sobrecarga.

O problema também pode surgir em virtude das condições médicas adjacentes, como artrites, e do uso inadequado de equipamentos durante o trabalho, além de fatores genéticos.

4. O tratamento conservador é eficiente

VERDADE. Os pacientes com inflamações nos tendões costumam responder bem ao tratamento com medicamentos e fisioterapia. Desse modo, a dor é controlada, bem como a articulação recupera suas funções normais. 

Entretanto, para a maior eficácia, é importante que o tratamento seja iniciado quanto antes. Quando os sintomas já estão em estágio avançado, haverá casos em que o tratamento conservador não surtirá o efeito desejado. Então, o reumatologista poderá sugerir a intervenção cirúrgica, visando tratar os sintomas. 

5. Apenas os adultos sofrem de tendinite

MITO. É verdade que muitas doenças reumatológicas atingem, principalmente, as pessoas com idade mais avançada, incluindo a tendinite. Vale reforçar que há maior chance de se desenvolver reumatismo na terceira idade, já que ocorrem perda natural da elasticidade e enfraquecimento dos tendões. 

Entretanto, o problema pode atingir adolescentes e até mesmo crianças, sobretudo, pelo uso excessivo de computadores ou pela prática de atividades físicas. Além disso, até mesmo pequenos acidentes que lesionam a articulação podem desencadear a condição.

Os riscos são ainda maiores nos períodos de crescimento rápido, uma vez que os tendões em desenvolvimento ficam mais vulneráveis. Por isso, é fundamental que os pais e responsáveis estejam atentos a sintomas que possam indicar problemas nas articulações. 

6. É a doença do digitador

MITO. A expressão “doença do digitador” ganhou popularidade, porque a inflamação dos tendões é bem comum em pessoas que trabalham o dia todo digitando. Contudo, a enfermidade não é exclusiva ou tem maior ocorrência comprovada nessa profissão. 

Outros profissionais que usam as mãos continuamente também sofrem do problema com muita frequência, como dentistas, artesãos, costureiras e outros.

Para minimizar a situação, é crucial que o profissional adote o hábito de fazer pausas constantes, alongar-se e procurar posições que sejam mais favoráveis para o trabalho, além de utilizar equipamentos que tenham sido desenvolvidos para minimizar o estresse nas mãos.

7. Massagem é um tratamento eficaz para tendinite

MITO. A massagem pode ajudar a evitar a tendinite, já que ela relaxa a região. Todavia, quando o problema já está instalado, essa prática não é eficaz e, caso seja realizada com força excessiva ou movimentos bruscos, pode até mesmo agravar o quadro.

8. Alongamentos auxiliam na prevenção do problema

VERDADE. Isso ocorre porque os alongamentos ajudam a aumentar a flexibilidade dos músculos e dos tendões, o que reduz a rigidez e a tensão. Esses exercícios são especialmente úteis, quando realizados de forma regular e antes de qualquer atividade que envolva esforços repetitivos.

Alongue as áreas mais propícias a desenvolver a condição por cerca de 20 a 30 segundos antes de se exercitar e na hora de terminar sua rotina de atividades. Assim, é possível liberar a tensão acumulada. 

No entanto, lembre-se de prestar atenção aos sinais do seu próprio corpo. Pare os alongamentos e procure por um médico, caso sinta dor, fadiga ou desconforto.

Moça com tendinite no ombro - Dr. Marcelo Corrêa, reumatologista de Belém - PA

9. A enfermidade pode afetar os braços e outras partes do corpo

VERDADE. A tendinite não é uma doença exclusiva de qualquer região do corpo, pois os tendões estão localizados por toda a parte. Então, diversas áreas estão suscetíveis ao problema, como ombro, cotovelo, punho, mão, quadril, joelho e tornozelo. 

Como vimos, as causas podem ser diversas e os tratamentos também. 

10. A ingestão de medicamentos é o único tratamento

MITO. O tratamento sempre ocorre por meio de uma série de medidas. Portanto, além dos medicamentos, os reumatologistas podem receitar:

  • Repouso, pois é necessário descansar a região afetada, para que se recupere.
  • Aplicação de gelo, o que ajuda a aliviar a dor e reduzir a inflamação.
  • A fisioterapia coopera para o fortalecimento da musculatura ao redor, o aumento da mobilidade e a redução da pressão sobre o tendão.
  • Imobilização da região comprometida nos casos mais graves.

Além disso, quando os tratamentos conservadores não surtem efeito, existe a possibilidade de realizar uma cirurgia, visando reparar o local afetado.

11. Há mais de um tipo de tendinite

VERDADE. A tendinite recebe várias classificações. Além da separação de acordo com o local afetado, é comum se referir à doença como calcária, quando há um acúmulo de cálcio no tendão de Aquiles, responsável por conectar os músculos da panturrilha e o osso do calcanhar. 

Esse tipo da condição pode aparecer em razão do uso excessivo do tendão, o que provoca pequenas lesões que são preenchidas com cálcio como uma resposta do corpo. O problema é mais comum em atletas que realizam saltos, corridas e movimentos intensos com a panturrilha.

Outro tipo é a chamada tenossinovite, caracterizada pelo acúmulo de líquido na bainha do tendão. 

Os tratamentos para ambos os casos possuem indicações similares.

12. Compressas quentes e frias ajudam no tratamento

VERDADE. A aplicação de compressas frias e quentes é uma indicação comum dos reumatologistas, para que haja um melhor controle da dor e redução da inflamação. 

13. Alongamentos ajudam a prevenir a inflamação do tendão

VERDADE. Os alongamentos, quando feitos corretamente, ajudam a fortalecer o tendão e diminuir a tensão sobre ele, além de relaxar a musculatura e melhorar a flexibilidade da articulação, o que previne a tendinite.  

No entanto, é muito importante que eles sejam orientados por um profissional capacitado, como um fisioterapeuta.

A pandemia acabou, mas a telemedicina continua

Durante a pandemia da Covid-19, a telemedicina foi regulamentada, o que possibilitou que diversas práticas médicas fossem efetuadas pela internet. Um dos objetivos era popularizar o acesso à saúde, já que, dessa forma, pacientes de locais mais remotos poderiam marcar consultas com facilidade, sem a necessidade de se deslocarem por longas distâncias em todos os atendimentos.

É importante ressaltar que a telemedicina não visa substituir o contato presencial entre médico e paciente, sendo que este ainda é crucial durante os tratamentos. Entretanto, agora, o profissional pode avaliar a situação e definir se o paciente precisa ou não de uma consulta presencial, e o paciente também pode escolher a forma como quer ser atendido.

De qualquer forma, a telemedicina continua válida mesmo após a pandemia. Então, é possível manter-se em contato com o seu médico para marcar exames, prescrever receitas, emitir atestados e muito mais. Com essa alternativa, o tratamento de doenças reumáticas ficou muito mais fácil.

Senhora em consulta com telemedicina - Dr. Marcelo Corrêa, reumatologista de Belém - PA

Como funciona a telemedicina no tratamento da tendinite?

A telemedicina para o tratamento da tendinite segue muito dos princípios adotados presencialmente e possui algumas regras que visam garantir a segurança, o sigilo e a qualidade dos atendimentos:

  • Se o problema do paciente for crônico e o tratamento recorrente, deverá haver ao menos uma consulta presencial a cada 6 meses.
  • O paciente deverá assinar um termo concordando com esse tipo de atendimento.
  • O profissional deve residir no País e estar devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina (CRM).

Além disso, a telemedicina funciona por meio de três princípios básicos:

  • Teleassistência: garante que o estado de saúde do paciente possa ser monitorado à distância, o que é bastante útil para aqueles que sofrem de problemas graves ou estão em casas de repouso.
  • Teleconsulta: o paciente é atendido remotamente, e o reumatologista pode trocar experiências com outros profissionais, visando a um diagnóstico mais preciso.
  • Teleducação: os profissionais da saúde podem se aperfeiçoar de forma remota, seja assistindo cursos, conferências ou palestras.

Quais os benefícios da telemedicina?

O paciente que recorrer à telemedicina terá acesso aos seguintes benefícios:

  • Agilidade no atendimento: pois existe mais flexibilidade nas agendas e não há perda de tempo com deslocamentos.
  • Menor custo: como há menos gastos do que ocorreria com uma consulta presencial, os atendimentos por meio da telemedicina tendem a ser mais econômicos.
  • Facilidade de acesso a exames e receitas: no atendimento convencional, quando o paciente precisa solicitar exames e receitas, ele tem que se deslocar até o consultório. Já com a telemedicina, não há necessidade de sair de casa, para realizar algo tão simples.
  • Segurança das informações: dados importantes dos pacientes ficam agora armazenados em nuvens. Desse modo, não há o risco de perder documentos importantes guardados fisicamente.

Assim, o tratamento de tendinite e outras doenças reumatológicas torna-se mais rápido e eficaz.

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O Dr. Marcelo Corrêa é formado pela UFPA, com residência em Clínica Médica pela Universidade de Taubaté e em Reumatologia pela Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina e Mestrado em Reumatologia pela mesma instituição. CRM/PA 6388. RQE 5441.

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